🟨 5 Curiosidades do filme "Sexta-Feira 13" (1980) que você não sabia!

"Sexta-Feira 13," lançado em 1980, rapidamente se tornou um ícone do gênero de terror, cativando audiências com sua mistura de suspense, violência e intrigas sinistras. Sob a direção de Sean S. Cunningham, o filme inaugurou uma franquia duradoura que deixou uma marca indelével no cinema de terror.

No entanto, por trás da máscara de Jason Voorhees e dos eventos sangrentos do acampamento Crystal Lake, existem uma série de curiosidades fascinantes que cercam a produção deste clássico do terror. Explorar esses detalhes adiciona uma camada extra de fascínio ao legado de "Sexta-Feira 13", revelando os segredos por trás da criação de um dos filmes mais emblemáticos do gênero.

1 - COMO SURGIU A IDEIA DE “SEXTA-FEIRA 13”?

Diversos elementos desempenharam papéis fundamentais na concepção de "Sexta-Feira 13". Sean S. Cunningham, ainda se recuperando do impacto de seus filmes anteriores, "Here Come the Tigers" e "Manny’s Orphans", que não obtiveram sucesso, vislumbrou um retorno ao gênero do terror após o triunfo de sua produção em "Aniversário Macabro" (1972), dirigido por Wes Craven. A influência de "Halloween", dirigido por John Carpenter e lançado em 1978, também foi determinante. Cunningham, em diálogo com Craven, explorou as possibilidades de um novo projeto, embora fosse exclusivamente sua iniciativa, valorizando os conselhos preciosos de Craven, seu amigo próximo.

Após as discussões com Craven, Cunningham trouxe Victor Miller a bordo para colaborar. Ele instruiu Miller a estudar "Halloween" de Carpenter, servindo como inspiração. Assim, "Sexta-Feira 13" começou a tomar forma entre 1978 e 1979, inicialmente conhecido como "Uma Longa Noite no Acampamento Sangrento", até que Miller teve uma epifania para o título oficial.

O distintivo logo de "Sexta-Feira 13", com sua representação tridimensional e fragmentos de vidro, foi concebido a partir de uma fotografia de Richard Illy, a partir de ideias de Cunningham e seu amigo Michael Morris, então diretor de uma agência de publicidade. Com o material pronto, Cunningham ousadamente enviou um dos pôsteres para a revista Variety, anunciando o filme para novembro de 1979, embora a produção ainda estivesse em estágios iniciais, sem um roteiro definitivo e constantes ajustes durante as filmagens. Cunningham buscava chamar atenção para o projeto, estratégia que surtiu efeito, atraindo membros-chave da equipe apesar da falta de propostas financeiras concretas.

Além disso, a divulgação do logo também visava garantir que o título estivesse associado ao seu filme, depois de rumores de que outro diretor estava interessado em usar "Sexta-Feira 13" para sua própria produção, que eventualmente foi lançada como "The Orphan" em 1979.

2 - AS GRAVAÇÕES E A ESCOLHA DO ELENCO

O Camp Crystal Lake, na realidade, é uma localidade genuína. Trata-se de um pequeno acampamento denominado No-Be-Bo-Sco, situado em New Jersey. A equipe de produção não precisou fazer grandes modificações no local, apenas realizaram algumas adaptações, como a instalação de banheiros adicionais. Até os dias atuais, o acampamento permanece de pé e conserva alguns dos móveis e objetos utilizados durante as filmagens, como uma homenagem ao passado glorioso da produção do filme. Enquanto as gravações estavam em andamento, a maioria da equipe ficou hospedada em hotéis, porém alguns membros, como Tom Savini e Taso N. Stavrakis, optaram por permanecer no acampamento.

Este foi o primeiro trabalho de Cunningham em colaboração com uma agência de elenco, e também foi a primeira incursão da TNI no gênero de terror cinematográfico. Para Cunningham, todos os atores poderiam ser desconhecidos, exceto para o papel de Pamela Voorhees. A seleção para o papel de Alice foi a mais demorada. Entre os jovens que participaram de "Sexta-Feira 13", Kevin Bacon se destacou como o que teve a carreira mais notável após o filme.

3 - A ICÔNICA TRILHA SONORA

Quando refletimos sobre "Sexta-Feira 13", um dos elementos emblemáticos que nos vem à mente é a trilha sonora singular, marcada pelas palavras quase incompreensíveis "ki-ki-ki-ma-ma-ma", que na verdade derivam da frase "mate ela, mamãe", proferida por Pamela Voorhees quase ao desfecho do filme.

A responsabilidade pela composição da trilha ficou a cargo de Harry Manfredini, que era relativamente novo no universo do terror cinematográfico. Quando teve a oportunidade de assistir a uma exibição de "Sexta-Feira 13", o filme já estava quase finalizado. Um dos produtores solicitou que ele intensificasse o aspecto assustador do filme, ao que Manfredini respondeu que, na sua percepção, o filme já era suficientemente aterrorizante.

Indubitavelmente, porém, a trilha sonora de Manfredini, com seu distintivo "ki-ki-ki-ma-ma-ma", adicionou um toque especial que elevou ainda mais a atmosfera do filme.

4 - CRÍTICOS DE CINEMA DETONARAM O FILME NA ÉPOCA

Os críticos nunca foram muito gentis com os filmes de terror. Ao longo dos anos, ouvimos histórias de críticos de cinema que criticaram tão duramente certas produções que esses filmes acabaram se tornando quase ícones, seguindo a máxima do "falem bem, falem mal, mas falem de mim" - uma estratégia que garantia audiência entre a juventude rebelde. No entanto, alguns críticos levavam as críticas a um extremo.

O crítico Gene Siskel demonstrou uma indignação particular após assistir ao primeiro "Sexta-Feira 13", chegando ao ponto de ficar tão ofendido com a existência do filme que decidiu revelar publicamente o endereço de Betsy Palmer, a talentosa atriz que interpretou Pamela Voorhees, para todos os seus leitores no jornal.

No entanto, sua tentativa de desacreditar o filme saiu pela culatra. Apesar de acreditar que Palmer residia em sua cidade natal em Connecticut, na realidade, ela era natural de uma cidade em Indiana. De acordo com o livro de David Grove, Palmer revelou que nunca recebeu uma carta sequer como resultado dessa exposição, e só ficou sabendo desses ataques muitos anos depois.

5 - O DIRETOR NÃO QUERIA SABER DE SEQUÊNCIAS

Na verdade, originalmente, o filme estava destinado a concluir-se com seu próprio desfecho. A maioria da equipe não via razão para estender a história com uma sequência, nem para continuar a saga com mais filmes subsequentes. No entanto, por um conjunto de circunstâncias — incluindo a influência de Philip Scuderi, um dos produtores do filme e uma figura influente na vida de Sean Cunningham — uma sequência acabou sendo produzida. Steve Miner se juntou a alguns membros-chave da equipe de "Sexta-Feira 13" e decidiram avançar com o projeto.

Embora Cunningham estivesse envolvido em diversos níveis nas sequências de "Sexta-Feira 13", não apenas por ser o criador da história original, mas também porque sua esposa foi a editora do segundo filme, ele não estava particularmente interessado na direção contínua da série. Ele também expressava preocupações sobre a ideia de Jason se tornar o foco principal da narrativa. No entanto, tudo acabou seguindo a visão de Scuderi, que desde o início percebeu o enorme potencial comercial do personagem de Jason.

"Sexta-Feira 13" de 1980 permanece como um marco no mundo do cinema de terror, não apenas por sua trama intrigante e momentos de suspense memoráveis, mas também pelas inúmeras curiosidades e detalhes fascinantes que cercam sua produção. Desde a criação do icônico personagem Jason Voorhees até os desafios enfrentados pela equipe durante as filmagens, o filme se tornou mais do que apenas uma obra de entretenimento; é uma parte essencial da cultura pop. Ao explorar os bastidores e as peculiaridades por trás dessa produção, somos lembrados do impacto duradouro que "Sexta-Feira 13" teve no gênero do terror e como continua a intrigar e cativar espectadores até os dias de hoje.