🔎 CASOS E MISTÉRIOS: Linda O'Keefe: Assassino descoberto 46 anos depois!

O caso de uma menina de 11 anos que foi assassinada em uma cidade pacata da CalifĂłrnia, Ă© solucionado 46 anos depois!

QUEM ERA LINDA ANN O'KEEFE?

Linda Ann O’Keefe nasceu em 24 de maio de 1962.

Ela era a filha do meio em uma famĂ­lia de trĂȘs filhos, e viveu em uma casa pequena e acolhedora a maior parte de sua vida.

A cidade onde Linda morava, no interior da CalifĂłrnia, era pequena, e muito segura. Aquele tipo de cidade onde todos se conhecem e vocĂȘ pode deixar a porta aberta sem medo de ser assaltado.

A garotinha de apenas 11 anos foi descrita pela famĂ­lia como uma alma gentil e adorĂĄvel com todos. Ela amava imensamente os animais, e sabia tocar piano e pintar. Meses antes do caso, Linda perdeu um de seus gatinhos e isso a fez chorar bastante de saudades. Sua mĂŁe dizia que ela era sensĂ­vel e chorava com muita facilidade.

Linda também era escoteira e adorava andar ao ar livre e dizia ter ótimas lembranças de sempre acampar perto de um riacho.

Na Ă©poca, Linda frequentava a escola de verĂŁo na Lincoln Intermediate School em Corona Del Mar, CalifĂłrnia. Ela nĂŁo tinha as melhores notas, pois nĂŁo gostava tanto da escola, mas adorava mesmo as aulas de ciĂȘncias.

COMO TUDO COMEÇOU

Linda geralmente ia de bicicleta para a escola, mas no dia 6 de julho de 1973, ela pegou carona com seu professor de piano, pois estava muito frio para ir pedalando. Naquele mesmo dia, depois que as aulas acabaram, Linda não queria voltar pra casa a pé, então ela usou o telefone do escritório da escola para ligar para a mãe, para levå-la de carro até em casa.

A mĂŁe de Linda, no entanto, disse que ela estava ocupada e pediu que a filha voltasse pra casa sozinha, pois era muito perto da escola, e mais uma vez, era uma cidade bastante segura, nunca acontecia nada de perigoso naquela Ă©poca, principalmente durante o dia.

Mas Linda nunca voltou para casa.

Quando a mĂŁe da garotinha chegou em casa naquele dia depois do trabalho, quase anoitecendo, estranhou que a filha nĂŁo estava em casa, pois ela deveria ter chegado da escola pelo menos umas 15:20hr da tarde.

Ela rapidamente ligou para as amigas de Linda, esperando por alguma notícia, mas ninguém sabia dela. Por volta das 18h42, ela foi dada como desaparecida.

PRIMEIRAS INESTIGAÇÕES

Primeiramente os investigadores começaram a tentar descobrir a linha do tempo de Linda antes que ela desaparecesse.

Por volta das 13h15 de 6 de julho, testemunhas relataram ter visto Linda conversando com um homem branco que tinha uma van turquesa em um cruzamento. Isso foi logo depois que Linda ligou para a mĂŁe da escola, pedindo pra que ela a buscasse.

O homem foi descrito como tendo cerca de 20 ou 30 anos. Mais cedo, quando Linda estava esperando para usar o telefone, ela saiu por um tempo. Uma amiga da menina disse mais tarde Ă  polĂ­cia que uma van de aparĂȘncia semelhante passou por Linda algumas vezes, como se estivesse mesmo vigiando a pobre garota.

Os policiais pararam as buscas meia noite do dia em que ela foi sequestrada, pra retornar sĂł 7:30hr da manhĂŁ do outro dia.

ENCONTRANDO O CORPO DE LINDA

No dia seguinte do até então sequestro, 07 de julho, um arquiteto local e seu filho de 4 anos, estavam andando por uma trilha, que ficava a 5 quilÎmetros da casa da família de Linda, quando avistaram os restos mortais da menina em uma vala em Back Bay em Newport Beach, Califórnia.

Peritos concluíram que ela foi abusada sexualmente e estrangulada até a morte.

Na mesma noite, uma mulher que morava perto de onde o corpo de Linda foi encontrado, relatou ter ouvido gritos. Ela disse que era uma voz de mulher gritando: "Pare, vocĂȘ estĂĄ me machucando!".

As autoridades, porĂ©m, nĂŁo puderam ir longe no caso. Havia sĂȘmen coletado do corpo de Linda que foi preservado, mas nos anos 70, a tecnologia para testar o DNA ainda estava a alguns anos de distĂąncia.

E o caso, infelizmente, teve que ser arquivado, mesmo achando o corpo da menina e sĂȘmen nas roupas dela.

COMO O CASO FOI SOLUCIONADO

Trinta anos depois, em 2001, o perfil de DNA desenvolvido a partir da amostra de sĂȘmen foi inserido no CODIS, o banco de dados genĂ©tico nacional, mas nĂŁo houve correspondĂȘncias.

Permaneceu assim até 2018, quando a Polícia de Newport Beach iniciou uma campanha nas redes sociais que trouxe interesse de vårias pessoas ao caso. Então, as autoridades começaram a trabalhar com uma empresa privada para usar genealogia forense para rastrear a årvore genealógica do suspeito.

Em janeiro de 2019, a polĂ­cia conseguiu uma pista que acabou levando-os a James Alan Neal, que morava no Colorado na Ă©poca. Ele devia ter cerca de 20 anos quando o crime ocorreu e morava em Orange County, CalifĂłrnia, estado onde Linda morava.

James Alan Neal

Assim, James foi colocado sob vigilĂąncia e uma amostra de DNA foi coletada, que se revelou compatĂ­vel com o perfil da amostra de sĂȘmen. Em fevereiro de 2019, James finalmente estava preso, esperando por julgamento.

O esforço das autoridades de abrirem o caso, mesmo depois de tanto tempo, levou à prisão cerca de 46 anos após o assassinato de Linda.

A tĂ©cnica usada para prender o suspeito provou ser extremamente Ăștil, com o promotor pĂșblico do condado de Orange disse: "Posso dizer que, tanto pelo DNA tradicional quanto pelo DNA genealĂłgico, temos todas as oportunidades do mundo para resolver tantos desses casos arquivados que nunca tivemos esperança de resolver no passado".

JAMES INFELIZMENTE NUNCA FOI JULGADO

Infelizmente, James acabou nunca sendo julgado, porque faleceu aos 73 anos, de uma doença que não foi divulgada pela polícia, enquanto estava sob custódia em julho de 2020.

Caso ele fosse julgado, certo que teria pegado prisão perpétua, mas estavam cogitando até uma pena de morte, pois ele também era suspeito de ter abusado e matado mais duas meninas.

É triste e revoltante pensar que, mesmo depois de ter feito esse crime horrendo e ter acabado com trĂȘs famĂ­lias inteiras, James viveu uma vida tranquila e morreu antes mesmo de ser julgado.

Mas este exemplo mostra que, casos antigos ainda podem ser resolvidos com a tecnologia que temos hoje em dia.

🔎 Luana Sabaini