🔎 CASOS E MISTÉRIOS: Dee Dee e Gypsy Rose: Quem matou a outra primeiro?
A história macabra da filha que matou a própria mãe, depois desta ter arruinado sua vida!
QUEM ERAM DEE DEE E GYPSY ROSE?
Conhecidas por serem muito queridas por toda a vizinhança, Dee Dee e Gypsy Rose pareciam viver uma vida pacata no interior dos EUA. Quando perguntada sobre os problemas de sua filha, a mãe Dee Dee respondia que a garota sofria com distrofia muscular, epilepsia, asma severa e tantos outros problemas que colocavam sua saúde em risco desde criança.
Até por isso, Dee Dee acabou desenvolvendo um relacionamento superprotetor e nunca desgrudava de sua cria. Desde criança, Gypsy, a filha, só ficava na cadeira de rodas, se alimentava por uma sonda, raspava a cabeça, tomava dúzias de remédios e ficava 24 horas por dia aos cuidados de sua mãe, pois sempre ouvia que era muito doente. E mais: Dee Dee dizia que, mesmo sua filha já sendo uma adolescente, ela sempre teria uma cabeça de uma criança de 7 anos.
Mas a verdade é que... Gypsy nunca esteve doente. Ela era uma menina extremamente normal, que poderia andar tranquilamente e nunca precisou comer por uma sonda.
Aos 18 anos, Gypsy descobriu que sua mãe havia adulterado todos os laudos médicos e mentia para ela sobre seu estado de saúde durante toda a sua vida.
Dee Dee arruinou a vida da própria filha, pois ela gostava da atenção que recebia, que todos diziam que ela era uma mãe protetora, batalhadora, uma santa que vivia em função da filha doente, coitada.
O ASSASSINATO
Gypsy se rebelou e decidiu tramar o assassinato de sua mãe Dee Dee junto ao seu namorado Nicholas Godejohn, um rapaz de 24 anos, o qual ela havia conhecido através de um site de relacionamentos cristão, e se comunicava diariamente há dois anos. Tudo escondido, obviamente.
Nicholas era um rapaz tímido, que possui autismo, um baixo QI e estava completamente apaixonado por Gypsy. Ele dizia que faria qualquer coisa pela amada.
Em junho de 2015, o corpo de Dee Dee foi encontrado pela polícia esfaqueado dentro da casa onde as duas moravam no Missouri. Além disso, todos os indícios da cena do crime demonstravam que ele havia ocorrido há dias. Como a menina Gypsy não estava dentro de casa nesse momento, o mistério começou a tomar grandes proporções pela vizinhança. Todos achavam que Gypsy tinha sido sequestrada pelo assassino de sua mãe, e que agora ela estava em perigo, sem seus remédios e sua cadeira de rodas, que tinham ficado em sua casa.
A primeira pista surgiu quando Aleah Woodmansee, uma amiga próxima de Gypsy Rose, procurou as autoridades locais a fim de fornecer algumas informações que pudessem ajudar a desvendar o acontecimento. Segundo ela, a filha da vítima havia arranjado um namoro secreto online há algum tempo.
Como Dee Dee não gostava que sua filha falasse sobre homens ou tivesse relacionamentos amorosos, Gypsy criou um perfil falso com o nome de Emma Rosa, o qual ela utilizava para compartilhar mensagens secretas via Facebook.
Gypsy, logo quando chegou na casa do namorado, publicou em seu perfil verdadeiro, que compartilhava com a mãe: “A vaca está morta”, mas esqueceu de tirar a localização da rede social.
Após esse relato da amiga e dos policiais verem a localização da casa de Nicholas pela mensagem que Gypsy publicou, eles logo foram atrás da casa do namorado da menina.
Não precisou de muito para que o rapaz se entregasse e confessasse a autoria do crime.
Junto a ele também estava Gypsy Rose, mas para o susto de todos, sem portar um objeto recorrente na sua vida: a cadeira de rodas que verdadeiramente nunca precisou usar.
UMA VIDA DE MENTIRAS
Quando procurado para dar explicações, o pai de Gypsy, Rod Blanchard, disse que a menina nasceu completamente saudável, mas aos seus três meses de idade, Dee Dee se convenceu de que a filha sofria de apneia do sono e que não conseguia respirar durante a noite. A partir desse momento, uma vida de mentiras começou a ser construída.
Novos problemas surgiam e, consequentemente, Gypsy se tornava cada vez mais dependente. Conforme a família passou a receber ajuda financeira do governo e de ONGs, o apetite por atenção também aumentou, tanto que, mãe e filha, chegaram a ganhar viagens gratuitas para a Disney e uma casa somente para as duas, com rampas para facilitar as idas e vindas da filha, que para todos, precisava da cadeira de rodas para se locomover.
Porém, ao ser encontrada pela polícia de Spriengfield na casa de seu namorado em 2015, a menina já não utilizava nenhum remédio ou portava seu tanque de oxigênio. Além disso, exibia cabelos curtos e espetados, os quais eram raspados frequentemente para manter um aspecto de doente desde pequena.
Após uma análise aprofundada do caso, os médicos suspeitam que a mãe Dee Dee, sofria da síndrome de Münchausen por procuração, fazendo com que ela fingisse sintomas físicos e psicológicos para ganhar simpatia de amigos e da família. Os advogados também suspeitam que a garota Gypsy tenha sido dopada com tranquilizantes por boa parte de sua vida.
AS CONDENAÇÕES
Gypsy Rose e Nicholas Godejohn planejaram o assassinato de Dee Dee Blanchard por meio das trocas de mensagens virtuais. Na época, a garota pedia que o rapaz acabasse com a vida de sua mãe, pedido respondido com uma promessa de ser implacável e utilizar todo o ódio sentido por Dee Dee contra ela.
Apesar da garota ter sido quem comprou a faca utilizada no crime, Godejohn foi quem deu todos os golpes enquanto a mulher de 48 anos dormia em seu quarto. Mesmo sem antecedentes criminais, Nicholas foi condenado à prisão perpétua.
Gypsy, por outro lado, recebeu a sentença mínima para um homicídio: 10 anos.
Ela confessou que na cadeira, nunca se sentiu tão livre em toda sua vida.
