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IRMÃOS MENENDEZ: Erik e Lyle podem sair da prisão após 30 anos devido a novas evidências

A narrativa dos irmãos Lyle e Erik Menendez, que foram condenados por orquestrar e cometer o assassinato de seus pais em 1989, tem gerado muitos filmes e séries. Recentemente, dois destaques são “Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais”, um novo episódio da antologia “Monstros”, e o documentário “O Caso dos Irmãos Menendez”, que estreou na Netflix no início de outubro.

Esta última produção examina mais a fundo as razões que levaram ao crime, defendendo a ideia de que Erik e Lyle sofreram anos de abuso sexual, físico e psicológico por parte de seu pai, José Menendez. O documentário também critica o julgamento dos irmãos, insinuando que a possibilidade de abuso não foi devidamente considerada.

Apesar de abordar os argumentos de Erik e Lyle, “O Caso dos Irmãos Menendez” omite novas evidências que podem oferecer uma perspectiva diferente sobre o caso, mais de 30 anos após o julgamento. A seguir, serão apresentadas essas evidências e como elas podem alterar a narrativa sobre a dupla.

Uma das novas informações é uma carta escrita por Erik em 1988, quando ele tinha apenas 18 anos, endereçada a seu primo, Andy Cano. Um trecho desse documento foi revelado pelo promotor George Gascón após a exibição do documentário. Nela, Erik expressa seu medo e os abusos que sofreu por parte do pai: “Eu tenho tentado evitar meu pai. Isso ainda acontece todos os dias, mas agora está pior… toda noite, fico acordado pensando que ele pode entrar”, diz uma parte da carta.

Esse documento não foi levado em consideração no veredicto de 1996, que resultou na pena de prisão perpétua para os irmãos Menendez. A carta também levou a uma coletiva de imprensa em que familiares e amigos de Erik e Lyle pediram a libertação imediata deles, alegando que, se o documento tivesse sido apresentado durante o julgamento, o desfecho teria sido diferente.

Outra informação relevante que não foi abordada no documentário é o depoimento de Roy Rosello, ex-membro da banda Menudo, que afirmou ter sido drogado e estuprado por José Menendez em 1984, quando ele era o chefe da gravadora RCA Records. Esse testemunho fortalece a teoria de que os irmãos cometeram o crime como resultado de abusos.

Enquanto os irmãos solicitam uma nova sentença ou um novo julgamento, algumas autoridades afirmam que Lyle e Erik planejaram e executaram o assassinato de forma meticulosa, citando a herança familiar como motivação para o crime.

Apesar dos apelos de familiares para um novo julgamento, nem todos apoiam a versão apresentada pelos irmãos. Milton Anderson, tio deles, emitiu uma declaração caracterizando o assassinato como um ato “hediondo”, ressaltando que José foi baleado seis vezes e sua esposa, Mary Louise Menendez, dez vezes.

Ainda assim, a possibilidade de uma reavaliação do caso ganhou força após as produções da Netflix. A divulgação da carta pelo promotor Gascón indica que ele está aberto a essa possibilidade. Gascón já se manifestou publicamente contra a condenação e afirmou que a decisão sobre o caso pode ser revista. Além disso, a opinião pública sobre o crime mudou após o documentário, dando mais credibilidade aos argumentos de Erik e Lyle.

A expectativa é que, com um novo julgamento, os irmãos Menendez possam receber uma nova sentença, possibilitando sua libertação imediata. A audiência sobre o caso está agendada para 26 de novembro.