🎥 15 Curiosidades do filme “Uma Cilada para Roger Rabbit” (1988) que você não sabia!
“Uma Cilada para Roger Rabbit”, lançado em 1988, é um marco no cinema que revolucionou o gênero de animação ao misturar personagens de desenhos animados com atores reais de forma inovadora.
Dirigido por Robert Zemeckis e baseado no livro de Gary K. Wolf, o filme se destaca pela sua audaciosa fusão de mundos, trazendo à vida um universo onde coabitam seres humanos e personagens animados. A trama gira em torno do detetive Eddie Valiant e seu inusitado aliado, Roger Rabbit, enquanto tentam desvendar um intrincado mistério que ameaça a paz entre os dois mundos.
Além de seu enredo cativante e humor irreverente, o filme é conhecido por suas referências aos clássicos da animação e pela colaboração de diversas studios de animação, algo inédito na época.
Prepare-se para mergulhar nas curiosidades que fazem de “Uma Cilada para Roger Rabbit” uma obra-prima inesquecível!
1 – QUEM SERIA O VILÃO?
Enquanto desenvolviam o roteiro, Price e Seaman estavam indecisos sobre a identidade do vilão. Experimentaram versões nas quais Jessica Rabbit ou Baby Herman desempenhavam o papel de antagonistas. No entanto, acabaram optando pelo personagem recém-criado, Judge Doom, que deveria ter um urubu animado pousado em seu ombro, mas essa ideia foi abandonada devido às dificuldades técnicas envolvidas.
Doom também era para ser o caçador que matou a mãe de Bambi, mas a Disney rejeitou a ideia.
2 – TERIA UM FUNERAL NO FILME
Entre as várias ideias desenvolvidas para a trama, havia uma cena planejada para o funeral de Marvin Acme, que contaria com a presença de diversos personagens icônicos como Mickey e Minnie Mouse, Tom e Jerry, Foghorn Leghorn (Frangolino), Mighty Mouse (Super Mouse), Popeye, e Olive Oyl (Olívia Palito), entre outros. No entanto, essa cena foi eliminada devido a preocupações com o ritmo da narrativa.
3 – O TÍTULO SERIA BEM DIFERENTE
Antes de “Who Framed Roger Rabbit” ser escolhido como título definitivo do filme, foram considerados outros nomes para a produção, incluindo “Murder in Toontown” (Assassinato em Toontown), “Toons” (Desenhos animados), “Dead Toons Don’t Pay Bills” (Desenhos animados mortos não pagam contas), “The Toontown Trial” (O julgamento de Toontown), “Trouble in Toontown” (Problemas em Toontown ) e “Eddie Goes to Toontown” (Eddie vai para Toontown).
4 – CONSEGUINDO DIRETOS DOS PERSONAGENS
Spielberg não conseguiu liberar a tempo personagens como Popeye, Tom e Jerry, Luluzinha, Gasparzinho e os personagens do estúdio Terrytoons (com exceção do Super Mouse).
No entanto, o produtor desempenhou um papel crucial ao convencer a Warner Bros. a liberar suas criações para a Disney. Além dos US$ 5 mil pagos por cada personagem, o filme precisava cumprir certas condições, como garantir o mesmo tempo de tela para personagens icônicos da Warner e da Disney.
Por isso, Pernalonga e Patolino dividem a tela com Mickey e Pato Donald, assegurando que todos os personagens recebessem a mesma quantidade de frames.
5 – GINÁSTICA PATÉTICA
No filme, quando Eddie Valiant (Bob Hoskins) conta a Roger sobre seu passado, o curta exibido é “Ginástica Patética”, que na realidade só foi lançado em 1949, dois anos após o período retratado na história. A produção decidiu usar esse curta, apesar da discrepância histórica, por ser considerado a “coisa mais maluca” encontrada no acervo da Disney.
6 – VIVENDO NA PELE DO PERSONAGEM
Durante as filmagens, o dublador Charles Fleischer recitava as falas de Roger Rabbit fora das câmeras, mantendo-se totalmente no personagem. Ele usava um figurino que incluía orelhas de coelho, luvas amarelas e um macacão laranja.
Para auxiliar os atores, modelos de borracha em tamanho real eram empregados para que os atores humanos pudessem visualizar o tamanho e as formas do personagem animado. Nos intervalos das filmagens, alguns funcionários do estúdio comentavam sobre a qualidade dos efeitos especiais do “filme do coelho”.
7 – OS COMPLICADÍSSIMOS EFEITOS ESPECIAIS
Durante as filmagens, um dos maiores desafios foi fazer com que os personagens animados interagissem com objetos e atores reais. O efeito final foi obtido através de duas técnicas principais: alguns objetos, como o charuto do bebê Herman e os pratos que Roger quebra na própria cabeça, eram movidos no set por máquinas operadas manualmente. Na pós-produção, os personagens eram desenhados sobre as máquinas.
A cena no clube Ink & Paint seguiu um método similar, com copos movidos por um bartender polvo sendo controlados como marionetes e bandejas dos pinguins garçons fixadas em bastões. Esses bastões e fios foram removidos na edição e os desenhos foram adicionados. Para a sequência em Toontown, foi utilizado o chroma key, permitindo que Bob Hoskins interagisse com um mundo que seria criado digitalmente na pós-produção.
A pós-produção levou 14 meses para ser finalizada. Com 326 animadores envolvidos e 82.080 quadros de animação criados, o filme possui uma das maiores sequências de créditos da década de 1980.
8 – CRIANDO ROGER RABBIT
Roger Rabbit é descrito como possuindo um “rosto da Warner”, “corpo Disney”, uma “atitude Tex Avery”, macacões semelhantes aos do Pateta, luvas inspiradas no Mickey Mouse e uma gravata borboleta como a de Gaguinho.
O diretor de animação Richard Williams revelou que baseou as cores do modelo de Roger na bandeira americana (macacões vermelhos, corpo branco, gravata azul) com a intenção de que “todo mundo gostasse dele de forma subliminar”.
9 – A ORIGEM DA EXPRESSÃO “ESBARRAR NA LÂMPADA”
Quando Eddie leva Roger para a sala secreta do bar para remover as algemas, o coelho esbarra na lâmpada, fazendo com que o lustre comece a balançar. Os animadores tiveram que trabalhar intensamente para garantir que as sombras do ambiente real correspondessem às sombras da animação.
Atualmente, o termo “Bump the Lamp” (algo como “Esbarrar na Lâmpada”) é usado por muitos animadores da Disney para descrever o esforço meticuloso dedicado aos detalhes da animação, mesmo em aspectos que a maioria do público nem percebe.
10 – CRIANDO JESSICA RABBIT
Jessica Rabbit combina quatro femme fatales em uma só. O escritor Gary K. Wolf se inspirou em Red, uma criação de Tex Avery, ao criar Jessica, enquanto o animador Richard Williams se baseou em Rita Hayworth e Veronika Lake.
Além disso, o diretor Robert Zemeckis sugeriu que Lauren Bacall também influenciasse o visual da personagem. Kathleen Turner é a atriz responsável pela voz de Jessica Rabbit.
11 – FÓRMULAS PARA MATAR DESENHOS
Os três ingredientes da fórmula que mata desenhos (aguarrás, benzina e acetona), são solventes de tintas, todos utilizados para remover animação de frames.
12 – O FILHO DE BOB HOSKINS FICOU COM RAIVA DELE
Bob Hoskins contou que, durante duas semanas após o lançamento do filme, seu filho se recusou a falar com ele. Quando finalmente perguntou o motivo, a criança respondeu que não conseguia acreditar que seu pai havia trabalhado com personagens de desenhos animados, como Pernalonga, e não o havia levado para conhecê-los.
13 – A DIREÇÃO
Robert Zemeckis ofereceu seus serviços como diretor em 1982, mas a Disney considerava seus filmes anteriores como fracassos comerciais, e dispensou o diretor. Foi oferecida a Terry Gilliam a oportunidade de dirigir o filme, mas ele concluiu que o projeto era tecnicamente complicado.
“Pura preguiça de minha parte”, ele admitiu posteriormente. “Eu me arrependo completamente dessa decisão”. Robert Zemeckis, então, foi finalmente contratado em 1985 para dirigir, baseado no sucesso de “De Volta Para o Futuro”.
14 – ORÇAMENTO E BILHETERIA
O orçamento inicial previsto para o filme era de 50 milhões de dólares, um valor que a Disney considerou excessivo. “Roger Rabbit” só recebeu a aprovação quando o orçamento foi reduzido para US$ 30 milhões, ainda assim fazendo dele o filme animado mais caro já aprovado na época. Jeffrey Katzenberg, presidente da Walt Disney Studios, acreditava que a combinação de animação e live action poderia ser a solução para revitalizar o departamento de animação da Disney.
Tudo valeu a pena, porque “Uma Cilada para Roger Rabbit”, além de ser considerado um dos melhores filmes da história do cinema, ainda arrecadou incríveis US$ 351 milhões de dólares ao redor do mundo.
15 – RECONHECIMENTO NO OSCAR
Uma Cilada Para Roger Rabbit ganhou quatro estatuetas do Oscar: edição, efeitos sonoros, efeitos visuais e um Oscar especial para Richard Williams, por criar e dirigir os personagens animados.
“Uma Cilada para Roger Rabbit” é mais do que um simples filme; é uma obra inovadora que desafiou os limites da animação e do cinema ao combinar personagens animados com atores reais. Seu sucesso foi fruto de uma combinação única de criatividade, técnica e colaboração entre estúdios.
Desde as complexidades da interação entre animação e live action até as curiosidades por trás dos bastidores, o filme continua a fascinar e a inspirar. As escolhas de personagens, as técnicas de animação e até mesmo as histórias sobre os desafios enfrentados durante a produção adicionam camadas de profundidade e riqueza ao legado do filme.
“Uma Cilada para Roger Rabbit” permanece como um marco cinematográfico, celebrando a magia da animação e a engenhosidade criativa que tornou possível essa impressionante fusão de mundos.