🎥 10 Curiosidades do filme “O Corcunda de Notre Dame” (1996) que você não sabia!

Lançado em 1996 pela Walt Disney, “O Corcunda de Notre Dame” é uma das animações mais ousadas e complexas da casa do Mickey, abordando temas como exclusão, amor e a busca pela liberdade, tudo isso ambientado na icônica Paris medieval. Inspirado no romance homônimo de Victor Hugo, o filme traz uma narrativa intensa, que diverge dos tradicionais contos de fadas da Disney, oferecendo uma abordagem mais sombria e madura.

Com personagens memoráveis como o bondoso Quasímodo, a destemida Esmeralda e o vilão Frollo, a animação se destaca não só pela profundidade de sua história, mas também pela grandiosidade de sua música e trilha sonora, compostas por Alan Menken e Stephen Schwartz, mesmos artistas que compuseram músicas dos clássicos “A Pequena Sereia”, “Aladdin”, “A Bela e a Fera” e “Hércules”.

Além disso, “O Corcunda de Notre Dame” foi uma das primeiras animações a explorar questões sociais complexas, oferecendo uma reflexão sobre aceitação e a luta contra a intolerância. Vamos explorar algumas curiosidades que tornam este filme uma obra-prima única.

1 – É BASEADO EM UM LIVRO DO SÉCULO XIX

A animação é uma adaptação do livro homônimo de Victor Hugo, publicado em 1831, considerado o maior romance histórico do autor, que também escreveu “Os Miseráveis”. A obra oferece um retrato da sociedade de Paris do final do século XV (a história se passa em 1482), com muitos cidadãos vivendo em condições extremamente precárias, enfrentando a fome e as ruas.

Um dos personagens centrais é Esmeralda, uma jovem cigana que sobrevivia dançando em frente à catedral de Notre Dame.

2 – HOMENAGEANDO O AUTOR DO LIVRO

Uma parte significativa do romance de Hugo que foi adaptada na versão animada foram as gárgulas que cantam. No livro, o isolado Quasimodo passa boa parte de seu tempo conversando com as gárgulas da catedral.

Duas dessas estátuas, inclusive, recebem os nomes de Victor e Hugo, em homenagem ao autor francês. Junto com Laverne, elas foram incorporadas para trazer alívio cômico à trama, além de servirem como uma interpretação divertida diretamente inspirada no romance original.

3 – FROLLO TINHA OUTRA PROFISSÃO

O filme da Disney foi inspirado de forma livre pelo renomado romance de Victor Hugo, mas uma alteração significativa foi feita no personagem do vilão Frollo. No livro, Claude Frollo é o sacerdote corrompido de Notre-Dame, mas sua profissão poderia gerar complicações devido aos temas abordados pelo personagem na obra original. Por isso, a Disney decidiu transformá-lo em um juiz.

Essa mudança visava minimizar as referências religiosas no filme, mesmo que o cenário principal fosse uma famosa igreja.

4 – CENTENAS DE ARTISTAS E MILHÕES DE HORAS DE TRABALHO

Para realizar a enorme tarefa de desenhar cada quadro à mão, a Disney contou com a ajuda de 620 artistas. Isso envolveu o uso de 72 mil lápis e um impressionante total de 1,2 milhão de horas de trabalho, mostrando o esforço necessário para criar o produto final.

Para acomodar toda essa equipe, “O Corcunda de Notre-Dame” foi o primeiro filme a ser produzido no novo estúdio da The Walt Disney Studios, que também foi responsável pela criação de outros filmes notáveis da época, como “O Rei Leão” e “Pocahontas”.

5 – PERSONAGENS FORAM DESENHADOS À MÃO, MAS CENÁRIOS ERAM COMPUTAÇÃO GRÁFICA

Em 1996, a utilização de computadores para criar personagens em filmes de animação estava se tornando cada vez mais comum. No entanto, a Disney optou por manter a tradição e fez todas as animações de personagens para “O Corcunda de Notre-Dame” de forma manual, com cada quadro sendo desenhado separadamente.

Por outro lado, os cenários de fundo do filme foram criados por computador, como parte do esforço da Disney em integrar efeitos gerados digitalmente em suas produções. Um exemplo disso é o uso de CGI para criar grandes multidões, dando a cada membro do grupo um conjunto único de movimentos.

6 – MÚSICA DO VILÃO FOI INSPIRADA NUMA ÓPERA DO SÉCULO XIX

“O Corcunda de Notre-Dame” é amplamente reconhecido por sua trilha sonora impressionante, e uma música, em especial, tem uma história fascinante por trás. “Hellfire” (ou “Fogo do Inferno”, em português), o poderoso solo do vilão Frollo em frente à lareira, foi fortemente inspirado por uma das peças de ópera mais icônicas, “Te Deum”.

“Te Deum” foi interpretada pelo vilão Scarpia na ópera Tosca, de 1899-1900. Composta por Giacomo Puccini, essa melodia se tornou uma das mais marcantes da obra.

7 – A BELA DE “A BELA E A FERA” APARECE ENQUANTO QUASÍMODO CANTA

James Baxter, um dos animadores de personagens da Disney, foi responsável pela criação de Quasimodo. Baxter também teve papéis importantes no design de outros personagens icônicos da empresa, como Rafiki, de “O Rei Leão”, e Bela, de “A Bela e a Fera”. Como Bela também vive na França, assim como Quasimodo, os animadores aproveitaram a oportunidade para incluir uma participação especial.

Durante a música “Lá Fora”, Bela pode ser vista caminhando pelas ruas de Paris e, como é típico dela, lendo um livro enquanto anda.

8 – EQUIPE DA DISNEY VIAJOU À PARIS PARA TER INSPIRAÇÃO

O filme foi ambientado em Paris, o que levou parte da equipe de animação a viajar até a cidade para capturar a atmosfera e a arquitetura características da capital francesa. Cerca de 100 artistas e animadores trabalharam no Disney Animation Studio francês, produzindo aproximadamente dez minutos do filme.

Além disso, o produtor e outros membros da equipe viajaram para Londres, onde gravaram com a English National Opera Company para dar ainda mais autenticidade à trilha sonora do filme.

9 – A CATEDRAL DE NOTRE DAME

Para muitos, o verdadeiro protagonista da obra é a catedral de Notre-Dame. Ao escrever o livro, Victor Hugo tinha a intenção de destacar a deterioração da construção e alertar sobre a necessidade de preservação desse importante símbolo arquitetônico.

10 – ESMERALDA É EXECUTADA NO LIVRO

A animação apresenta várias diferenças em relação ao livro. Na obra literária, Esmeralda é injustamente condenada e executada publicamente pelo assassinato de Febo.

Em busca de vingança, Quasimodo arremessa Frollo do alto da catedral e, após isso, desaparece. Seu corpo só é encontrado anos depois, ao lado da cigana, no túmulo dela.

11 – A ICÔNICA TRILHA SONORA

A trilha sonora de “O Corcunda de Notre-Dame” foi criada por Alan Menken e Stephen Schwartz, compositores responsáveis por grandes clássicos da Disney como “A Pequena Sereia”, “Aladdin”, “A Bela e a Fera” e “Hércules”. A gravação aconteceu em Londres com a participação da English National Opera, e entre os instrumentos usados estava um órgão de mais de cem anos. Os cantos em latim presentes no filme foram adaptados de cantos gregorianos autênticos.

A música de abertura, “The Bells of Notre Dame”, foi composta quando quase 1/3 do filme já estava finalizado, após a produção ter abandonado a ideia inicial de começar com cenas de flashbacks. Alan Menken afirmou que considera essa música o melhor número de abertura que já compôs.

12 – AS GÁRGULAS ERAM FRUTOS DA IMAGINAÇÃO DE QUASÍMODO?

No DVD, os animadores Kirk Wise, Gary Trousdale e Don Hahn sugerem que as gárgulas podem ser apenas uma criação da imaginação de Quasimodo, na forma de reflexos de sua personalidade, concebidos para lidar com sua solidão. De fato, ao longo do filme, apenas Quasimodo e Djali interagem com elas, e quando Frollo tenta fazer isso, a estátua permanece inanimada, confirmando que, nesse momento, elas não estão vivas.

Esse detalhe dá uma camada de complexidade à história, refletindo a solidão e os conflitos internos de Quasimodo. No livro, as gárgulas nunca existiram.

13 – OS DESCENDENTES DO AUTOR DO LIVRO NÃO GOSTARAM DA ANIMAÇÃO

Os descendentes de Victor Hugo expressaram insatisfação com a animação da Disney, alegando que o nome do autor sequer foi citado nos pôsteres do filme. A única menção ao escritor está nos nomes das gárgulas.

14 – ORÇAMENTO E BILHETERIA

O longa teve um orçamento alto para a época: US$ 100 milhões, e foi um grande sucesso nas bilheterias, arrecadando US$ 325 milhões ao redor do mundo.

Embora não tenha alcançado o mesmo nível de sucesso de outras animações da Disney da época, como “O Rei Leão” e “Aladdin”, o clássico foi bem recebido pela crítica, especialmente pela animação, pela trilha sonora e pelo tratamento mais sério de temas adultos, como intolerância e aceitação.

15 – REALMENTE EXISTIU UM CORCUNDA NA CATEDRAL DE NOTRE DAME?

Historiadores descobriram evidências de um verdadeiro corcunda relacionado à catedral. Segundo as memórias de Henry Sibson, um escultor que trabalhou na Notre-Dame no século XIX, um de seus colegas de trabalho era, de fato, corcunda.

“O Corcunda de Notre Dame” é uma obra cinematográfica que vai além da simples adaptação do clássico de Victor Hugo, trazendo elementos de mistério, romance e tragédia de forma marcante. A Disney, ao explorar os temas de aceitação, coragem e luta contra a intolerância, fez com que essa animação se tornasse um retrato atemporal de aspectos profundos da natureza humana.

A trama não só apresenta personagens complexos, como Quasímodo e Esmeralda, mas também mergulha em questões sociais e morais, como a luta por liberdade e o enfrentamento do preconceito.

Em muitos aspectos, o filme permanece relevante, com uma mensagem de respeito e inclusão, que continua a ressoar com diferentes gerações. “O Corcunda de Notre Dame” é, sem dúvida, uma das adaptações mais poderosas e memoráveis da Disney.

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