đŸŽ„ 10 Curiosidades do filme “O BebĂȘ de Rosemary” (1968) que vocĂȘ nĂŁo sabia!

“O BebĂȘ de Rosemary”, dirigido por Roman Polanski e lançado em 1968, Ă© um marco no cinema de terror psicolĂłgico. Baseado no romance de Ira Levin, o filme narra a histĂłria de Rosemary Woodhouse, uma jovem esposa vivida por Mia Farrow, que se vĂȘ envolvida em uma trama sinistra apĂłs engravidar.

Ambientado em Nova York, o filme Ă© conhecido nĂŁo apenas por seu suspense arrepiante, mas tambĂ©m por suas curiosidades intrigantes. Durante as filmagens, Mia Farrow realmente cortou seu cabelo para o papel, uma decisĂŁo que gerou controvĂ©rsias na Ă©poca. AlĂ©m disso, o diretor Roman Polanski inseriu detalhes sutis e simbĂłlicos ao longo do filme, como referĂȘncias a elementos ocultistas e imagens que aumentam a sensação de paranoia.

Com seu final perturbador e interpretaçÔes memorĂĄveis, “O BebĂȘ de Rosemary” continua a ser um clĂĄssico do terror que desafia e perturba seus espectadores atĂ© hoje.

1 – BASEADO NUM LIVRO

Antes mesmo de Ira Levin lançar seu romance, “O BebĂȘ de Rosemary”, ele jĂĄ estava no radar de Hollywood. O diretor e produtor William Castle, famoso por seus filmes de terror B como “The Tingler” e “House On Haunted Hill”, viu o potencial do livro e adquiriu os direitos antes mesmo de sua publicação.

Castle, buscando um projeto mais prestigiado, fechou um acordo com a Paramount Pictures para desenvolver o filme. Robert Evans, produtor, tambĂ©m reconheceu o potencial da obra e concordou em adaptĂĄ-la para o cinema, mas insistiu que Castle atuasse apenas como produtor, considerando-o “demasiado bom” para se envolver diretamente na direção. Roman Polanski foi entĂŁo escolhido para dirigir o filme.

2 – THE BRAMFORD

O autor Ira Levin deu o nome de The Bramford ao prédio de apartamentos onde sua história se passa, como uma homenagem a Bram Stoker, criador de Dråcula. No filme, o edifício Dakota, localizado no Upper West Side de Nova York, foi usado como cenårio, sendo agora mais conhecido como o local onde ocorreu o trågico assassinato de John Lennon.

3 – SERIA TUDO IMAGINAÇÃO DE ROSEMARY?

Quando foi oferecido o cargo de diretor, Polanski aceitou e assumiu tambĂ©m a autoria do roteiro. Encontrou alguns desafios, mas como agnĂłstico, havia um aspecto que ele queria preservar na tela: a ambiguidade. Polanski decidiu contar uma histĂłria onde se poderia supor que tudo o que acontecia com Rosemary poderia ser apenas fruto da imaginação. “Como agnĂłstico, eu nĂŁo via SatanĂĄs como encarnação do mal mais do que via Deus como personificação do bem; essa ideia contradizia minha visĂŁo racional do mundo”, explicou Polanski posteriormente. “Para manter a credibilidade, decidi que deveria existir uma brecha: a possibilidade de que as experiĂȘncias sobrenaturais de Rosemary fossem produtos de sua prĂłpria imaginação. Toda a histĂłria, vista atravĂ©s de seus olhos, poderia ser uma sequĂȘncia de coincidĂȘncias que parecem sinistras Ă  primeira vista, um reflexo de suas fantasias febris
 É por isso que uma corrente de ambiguidade permeia deliberadamente todo o filme.”

4 – CONHECENDO O AMBIENTE

Antes de iniciar as filmagens de O BebĂȘ de Rosemary, Polanski reuniu sua equipe para familiarizar o elenco com os espaços onde seriam gravadas as cenas. Ele mostrou layouts detalhados dos apartamentos, e Ă© interessante notar que Levin prĂłprio colaborou no processo de desenvolvimento dos ambientes internos.

5 – O DIRETOR DESENHOU OS PERSONAGENS

Para auxiliar na seleção do elenco de apoio ideal, Polanski elaborou descriçÔes detalhadas de cada personagem, destacando os principais atributos a serem considerados durante a seleção. Foi dessa maneira que atores como Ruth Gordon e Sidney Blackmer foram escolhidos para o filme.

6 – MIA FARROW NÃO FOI A PRIMEIRA OPÇÃO

Para o papel de Rosemary Woodhouse, Polanski inicialmente buscava uma atriz de nacionalidade americana. Ele considerou Tuesday Weld, conhecida na Ă©poca por seus papĂ©is em filmes como The Cincinnati Kid. No entanto, Robert Evans e William Castle preferiam Mia Farrow. ApĂłs algumas audiçÔes nĂŁo tĂŁo boas, Polanski acabou concordando em escolher Farrow. Ele afirmou: “Ela tinha algo especial. E o que lhe faltava, Roman conseguiu extrair dela.”

7 – PROBLEMAS NA PRODUÇÃO

Polanski dedicou-se aos detalhes de O BebĂȘ de Rosemary com tanto empenho que acabou enfrentando problemas com a Paramount. Segundo Evans, o diretor estava consideravelmente atrasado no cronograma de filmagens, o que levou Castle a ligar frequentemente para alertĂĄ-lo sobre as consequĂȘncias cada vez piores.

No entanto, os resultados finais eram espetaculares. Em uma ocasiĂŁo na Paramount, Polanski explicou pessoalmente os desafios de sua agenda durante a produção do filme que viria a se tornar uma obra lendĂĄria do cinema. Quando questionado sobre a reação dos executivos do estĂșdio Ă s primeiras versĂ”es brutas do filme, Polanski mencionou que a Paramount demonstrou grande apreço pelas imagens.

“Disseram-me que nunca demitiram ninguĂ©m por atrasos no cronograma, mas se nĂŁo gostam das prĂ©vias, podem dispensĂĄ-lo rapidamente. Foi o que aconteceu neste caso. Eles realmente apreciaram muito o material”, revelou o diretor posteriormente.

8 – MIA FARROW ENCAROU O TRÂNSITO DE VERDADE

Durante a cena em que Rosemary tenta escapar do Bramford, ela enfrenta um congestionamento para atravessar a rua Ă s pressas. NĂŁo houve interrupção do trĂĄfego nem dublĂȘs envolvidos.

Polanski instruiu Mia Farrow a correr em uma rua movimentada de Nova York, confiando que os motoristas parariam ao ver uma mulher grĂĄvida. Ele assegurou Ă  atriz que “ninguĂ©m iria atingir uma mulher grĂĄvida”. Sua confiança estava correta, e a cena foi filmada vĂĄrias vezes, com a peculiaridade de Polanski ter que operar a cĂąmera ele mesmo, jĂĄ que ninguĂ©m mais se atreveu a fazĂȘ-lo.

9 – FRANK E MIA

Durante a produção de O BebĂȘ de Rosemary, Mia Farrow era conhecida por sua participação em Peyton Place e por ser casada com o icĂŽnico cantor Frank Sinatra. Quando Sinatra avaliou o roteiro do filme, ele expressou dĂșvidas sobre Farrow interpretar o papel principal. Apesar disso, ela prosseguiu com o filme.

No entanto, os atrasos de Polanski criaram conflitos com outro projeto planejado por Sinatra, levando Farrow a tentar conciliar ambos os compromissos. No entanto, as tensĂ”es aumentaram e ela foi eventualmente forçada a escolher entre o filme de Polanski e seu casamento. O divĂłrcio foi formalizado durante as filmagens, um momento que Farrow descreveu como assinando os papĂ©is “numa nĂ©voa de lĂĄgrimas”, antes de retornar ao set para continuar trabalhando.

A situação gerou tanta tensão entre Sinatra e Robert Evans que os dois não se falaram por vårios anos, chegando ao ponto de verificar se estavam em restaurantes antes de entrar.

10 – MALDIÇÕES

Segundo Mia Farrow, Sidney Blackmer, que interpretou o líder do coven, Roman Castevet, expressou no set que não via nada de bom na invocação a Satanås, e ele não estava sozinho em pensar assim. William Castle, mais tarde, convenceu-se de que o filme estava amaldiçoado. Logo após a produção, ele ficou doente e precisou passar por uma cirurgia. Enquanto se recuperava, o compositor do filme, Krzysztof Komeda, sofreu uma queda que o deixou em coma e, eventualmente, levou à sua morte.

No verĂŁo de 1969, a atriz Sharon Tate, esposa de Polanski e grĂĄvida de oito meses, foi brutalmente assassinada pela FamĂ­lia Manson. Para Castle, todos esses eventos pareciam se somar. “A histĂłria do filme estava se desenrolando na vida real. Todas as bruxas estavam lançando seus feitiços, e eu estava me tornando uma das peças”, recordou mais tarde.

Em suma, “O BebĂȘ de Rosemary” nĂŁo Ă© apenas um filme de terror, mas uma obra que transcende seu gĂȘnero ao explorar temas profundos como paranoia, controle e sacrifĂ­cio. As curiosidades por trĂĄs das cĂąmeras, como a decisĂŁo de Mia Farrow de cortar seu cabelo para o papel e as sutis referĂȘncias ocultistas de Roman Polanski, enriquecem ainda mais a experiĂȘncia do espectador.

O final perturbador e ambĂ­guo do filme continua a provocar debates e interpretaçÔes diversas, mantendo sua relevĂąncia ao longo das dĂ©cadas. AlĂ©m disso, “O BebĂȘ de Rosemary” Ă© um exemplo clĂĄssico de como o cinema pode explorar o desconhecido e desafiar as expectativas, deixando uma marca indelĂ©vel na histĂłria do cinema de terror.

Seja pela sua atmosfera tensa, pela atuação marcante de Mia Farrow, ou pelos detalhes meticulosos da direção de Polanski, este filme continua a fascinar e a assombrar seu pĂșblico, perpetuando seu status como um dos grandes clĂĄssicos do gĂȘnero.

Veja a nossa anĂĄlise sobre o filme “O BebĂȘ de Rosemary” no Ala 27 Brasil no YouTube:

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