🎥 12 Curiosidades do filme “Laranja Mecânica” (1971) que você não sabia!
“Laranja Mecânica”, o icônico filme de 1971 dirigido por Stanley Kubrick, é uma obra-prima do cinema que continua a cativar e intrigar espectadores ao redor do mundo décadas após seu lançamento. Baseado no romance distópico de Anthony Burgess, o filme é um mergulho provocativo na mente perturbada de Alex DeLarge, um jovem delinquente que lidera uma gangue de rua em uma sociedade futurista sombria.
Por trás da fachada de violência e caos, “Laranja Mecânica” esconde uma série de curiosidades fascinantes que revelam tanto sobre a realização do filme quanto sobre seu impacto cultural duradouro. Ao explorar essas curiosidades, somos convidados a mergulhar ainda mais fundo na complexidade e na genialidade desta obra-prima cinematográfica.
1 – MICK JAGGER QUASE INTERPRETOU ALEX DELARGE
Anthony Burgess, o escritor por trás da obra que serviu de base para o filme, fez uma venda inusitada dos direitos de adaptação para Mick Jagger, famoso membro dos Rolling Stones, por uma quantia relativamente modesta de apenas… 500 mil dólares! Inicialmente, Jagger tinha planos de protagonizar o papel de Alex DeLarge, com os outros integrantes da banda assumindo os papéis dos Droogs. No entanto, ele eventualmente optou por revender os direitos por um valor consideravelmente maior.
2 – FILME FOI BANIDO EM VÁRIOS PAÍSES, INCLUSIVE NO BRASIL
Quando “Laranja Mecânica” estreou no Brasil em abril de 1972, foi imediatamente incluído na lista de obras banidas pelo regime militar, o que significa que os brasileiros só poderiam assisti-lo em países vizinhos, como o Uruguai. Posteriormente, o filme foi finalmente liberado nos cinemas brasileiros, mas apenas para maiores de 18 anos, e certas cenas de nudez foram censuradas com tarjas pretas.
3 – O DIRETOR STANLEY KUBRICK FOI AMEAÇADO DE MORTE
No Reino Unido, houve uma retirada do filme devido a uma solicitação feita pelo próprio Stanley Kubrick. Após sua estreia, o filme recebeu duras críticas devido à sua extrema violência, resultando em uma série de ameaças de morte direcionadas ao diretor e à sua família. Diante dessa repercussão negativa, Kubrick decidiu interromper a distribuição do filme no país, afirmando que só seria reexibido após sua morte. Somente em 2000, o filme foi relançado nos cinemas do Reino Unido, agora classificado para maiores de 18 anos.
4 – A PRIMEIRA VERSÃO TERIA 4 HORAS DE FILME
A versão inicial do filme, sem cortes, era notavelmente extensa, com aproximadamente quatro horas de duração. Para encurtar o tempo do filme, Stanley Kubrick recorreu à contratação de vários editores, resultando em uma versão final com 136 minutos. O que impressiona é que os outros 104 minutos de material não apenas foram deixados de lado, mas também foram deliberadamente destruídos pelo diretor.
5 – IDIOMA INVENTADO PELO DIRETOR
Uma das características mais distintivas do filme é a linguagem peculiar usada por Alex e os Droogs, conhecida como Nadsat, uma mistura de inglês e russo. Surpreendentemente, este “idioma” foi criado pelo próprio autor do livro, Anthony Burgess. Inicialmente, Stanley Kubrick mostrou-se hesitante em usar o dialeto no roteiro, mas eventualmente mudou de opinião e o adotou.
6 – CENA IMPROVISADA COM MÚSICA ICÔNICA DE “CANTANDO NA CHUVA”
É realmente marcante a cena icônica em que Alex canta “Singing in the Rain” enquanto comete o ato violento contra o escritor e sua esposa, não é mesmo? Surpreendentemente, essa cena foi em grande parte um improviso do talentoso ator Malcolm McDowell! Após quatro dias de filmagem da cena, Stanley Kubrick ainda não estava satisfeito com o resultado e pediu a McDowell que improvisasse dançando.
Então, o ator executou novamente a cena, dessa vez dançando e cantando a única música que veio à mente naquele momento. O diretor ficou encantado com a ideia e, para incluir a cena no filme, teve que desembolsar US $10 mil pelos direitos autorais da música-tema de “Cantando na Chuva”.
7 – ATOR DE “CANTANDO NA CHUVA” FICOU CHATEADO COM O FILME
No entanto, quem pensa que a cena famosa foi universalmente bem recebida está enganado. De acordo com várias notícias da época, Gene Kelly, intérprete da música “Singing in the Rain”, não ficou nada satisfeito com a maneira como a canção foi representada na cena do filme. Ele até mesmo ignorou o ator McDowell quando se encontraram pessoalmente, anos depois.
8 – A COBRA BASIL
A presença da cobra, Basil, é exclusiva do filme e não está presente na história original do livro. Isso ocorreu porque Stanley Kubrick optou por incluí-la na produção ao descobrir que o ator Malcolm McDowell tinha uma fobia de répteis.
9 – UM MÉDICO DE VERDADE ACOMPANHOU AS GRAVAÇÕES
Durante as filmagens da cena em que Alex passa pelo tratamento Ludovico, McDowell foi anestesiado. Além disso, um médico real permaneceu ao seu lado durante todo o processo para garantir que seus olhos não sofressem danos devido à exposição prolongada. Apesar das precauções, o ator acabou com arranhões nas córneas causados pelos grampos utilizados na cena.
10 – REFERÊNCIAS A OUTROS CLÁSSICOS
Outra curiosidade fascinante está ligada à cena em que Alex visita a loja de música. Durante o passeio, somos presenteados com diversas referências musicais e até uma sutil homenagem à trilha sonora de outro filme dirigido por Kubrick, “2001: Uma Odisséia no Espaço”. Nas prateleiras, podemos avistar clássicos como “Magical Mystery Tour”, dos Beatles, “Atom Heart Mother”, do Pink Floyd, e “After the Goldrush”, de Neil Young.
11 – ERROS PROPOSITAIS
Stanley Kubrick deliberadamente incluiu vários erros de continuidade no filme, como a mudança de posição dos pratos na mesa ou o nível de vinho nas garrafas, com o objetivo de provocar confusão no espectador.
12 – REFERÊNCIA À UMA PNTURA DE VINCENT VAN GOGH
Na cena em que Alex está na prisão, caminhando em círculos com outros detentos, podemos observar o apreço de Kubrick pela arte da pintura. Esta é, de fato, uma homenagem notável ao quadro de Vincent Van Gogh intitulado “Prisioneiros se Exercitando”, pintado em 1890. Já havia notado essa referência?
Ao explorarmos as curiosidades por trás do filme “Laranja Mecânica” de 1971, somos transportados para os bastidores de uma obra-prima cinematográfica que transcende o tempo. Desde as improvisações brilhantes de Malcolm McDowell até os detalhes meticulosos de Stanley Kubrick, cada aspecto revela a complexidade e a genialidade por trás dessa produção. Da controvérsia à admiração, “Laranja Mecânica” continua a fascinar e intrigar espectadores décadas após seu lançamento, deixando uma marca indelével no cinema e na cultura popular. Esta obra não apenas desafia as convenções narrativas e estéticas, mas também nos convida a refletir sobre temas atemporais como violência, livre-arbítrio e o papel da sociedade na formação do indivíduo. Em última análise, “Laranja Mecânica” permanece como um testamento à visão visionária de Kubrick e ao poder duradouro do cinema para provocar, questionar e inspirar.