🎥 10 Curiosidades do filme “Blade Runner” (1982) que você não sabia!

Lançado em 1982, “Blade Runner”, dirigido por Ridley Scott, é considerado um dos maiores clássicos da ficção científica, influenciando não apenas o cinema, mas também a cultura pop. Ambientado em um futuro distópico, o filme aborda questões filosóficas sobre a humanidade, inteligência artificial e a natureza da vida, explorando a relação entre replicantes — seres biológicos artificiais — e humanos.

Baseado no romance “Do Androids Dream of Electric Sheep?” de Philip K. Dick, “Blade Runner” passou por uma recepção mista inicialmente, mas com o tempo conquistou o status de cult. Seu visual único, a atmosfera cyberpunk, a trilha sonora de Vangelis e as profundas questões existenciais continuam a fascinar fãs e críticos.

Neste artigo, vamos explorar curiosidades sobre a produção, as diferenças entre as versões lançadas e o legado duradouro dessa obra-prima do cinema que, até hoje, mantém seu impacto na indústria cinematográfica e na reflexão sobre o futuro da humanidade.

1 – HARRISON FORD E RIDLEY SCOTT FICARAM LONGE NAS FILMAGENS

Ridley Scott se viu logo impedido de operar sua própria câmera, devido a restrições impostas pela Associação Americana de Cinematógrafos (ASC), fundada em 1919. Assim, Scott passava seus dias em uma pequena cabine ao lado do set, deixando sua estrela, Harrison Ford, atuar sozinho e sem orientação, o que começou a frustrar as expectativas de Ford.

O comportamento distante e frio de Ridley apenas intensificava o abismo cultural entre os dois, a ponto de Ford se sentir perdido, observando o topo de uma grua de 10 metros, enquanto Scott, posicionado atrás do cameraman, estava completamente absorvido em sua busca pela cena perfeita.

Apesar da relação tumultuada, Ford nunca questionou o projeto ou a visão do cineasta, embora passasse grande parte do tempo se isolando em seu trailer entre as filmagens.

2 – O TÍTULO SERIA BEM DIFERENTE

“Blade Runner” foi inspirado na obra de Philip K. Dick, “Do Androids Dream of Electric Sheep?” (“Os andróides sonham com ovelhas elétricas?”, em tradução livre). Porém, a pergunta, embora enigmática, era longa demais e não teria o impacto necessário para um grande sucesso de bilheteira como o de Ridley Scott.

Por isso, os roteiristas Hampton Fancher e David Webb Peoples optaram por títulos mais curtos e diretos: “Android”, “Mechanism” e “Dangerous Days”. Ainda em busca de algo mais marcante, foram os livros de Alan E. Nourse e William S. Burroughs – ambos com o nome “Blade Runner” – que forneceram o título perfeito, capaz de atrair a atenção do público, assim como o personagem Deckard faz com seus replicantes. E assim nasceu um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema!

3 – RICK DECKARD QUASE FOI INTERPRETADO POR ARNOLD SCHWARZENEGGER

No início do desenvolvimento do roteiro, Fancher imediatamente pensou que Robert Mitchum seria o ator ideal para interpretar o detetive Deckard, devido à sua performance marcante em “Farewell, my Lovely” (1975), que exibia uma figura robusta e intensa.

Embora Tommy Lee Jones e Christopher Walken também tenham sido cogitados para o papel, foi Dustin Hoffman quem conquistou a simpatia de Ridley Scott. No entanto, Hoffman, após várias reuniões com o diretor, rejeitou o papel de Deckard, pois não se identificava com a imagem do “macho man” que Scott tinha em mente para o personagem.

Assim, Harrison Ford, que acabara de filmar “Os Caçadores da Arca Perdida” e foi altamente recomendado por Spielberg, assumiu o papel. Outros grandes nomes, como Jack Nicholson, Clint Eastwood, Burt Reynolds, Al Pacino, Gene Hackman, Sean Connery, Paul Newman e até Arnold Schwarzenegger, também estiveram na lista de candidatos para o papel.

4 – “BLADE RUNNER” E “ALIEN” SE PASSAM NO MESMO UNIVERSO?

“Blade Runner” e “Alien” estão mais conectados do que se imagina, de forma metafórica. A pista foi descoberta nos extras da versão em Blu-ray de “Prometheus”, onde Sir Peter Weyland, o fundador da “Weyland Corp”, sugere que os humanóides de “Alien” são, na verdade, uma evolução dos replicantes de Eldon Tyrell, estabelecendo uma ligação entre os dois universos criados por Ridley Scott.

5 – REAPROVEITAMENTO DE OUTROS FILMES

Com um orçamento limitado de US$28 milhões, as equipes responsáveis pelo design de “Blade Runner” precisaram usar toda sua criatividade para dar vida ao visual único do mundo distópico de Ridley Scott. Durante a produção, trechos do filme “Alien” foram reutilizados para economizar tempo e dinheiro, assim como a estatueta em miniatura da “Millennium Falcon” de Star Wars, que foi usada para preencher espaços vazios em alguns planos.

Insatisfeito com as filmagens finais, Ridley Scott chegou a pedir permissão a Stanley Kubrick para refazer a sequência do helicóptero de “The Shining” (1980).

6 – RUTGER HAUER QUASE FOI DEMITIDO POR PREGAR UMA PEÇA NO DIRETOR RIDLEY SCOTT

Um completo desconhecido para Hollywood, o ator holandês Rutger Hauer foi recomendado sem hesitação pela produtora executiva Katherine Haber a Ridley Scott. Após assistir às melhores performances de Hauer em “Turkish Delights”, o diretor o contratou imediatamente para o papel do notório andróide rebelde “Roy Batty”, sem que o ator tivesse feito qualquer audição prévia.

Quando Hauer e Scott se encontraram pela primeira vez no set, o ator decidiu pregar uma peça em Ridley, aparecendo para as gravações com óculos verdes no estilo Elton John, calças de cetim cor-de-rosa e uma camiseta larga com a imagem de uma raposa.

Scott ficou tão surpreso com o visual inusitado de Hauer que quase desmaiou ao vê-lo. Por pouco, Hauer não foi demitido imediatamente.

7 – ROMANCE NAS TELAS, ÓDIO NOS BASTIDORES

A relação entre Harrison Ford e Sean Young durante a famosa cena de romance no apartamento de Deckard, que fingiram uma paixão arrebatada, na realidade não era nada boa.

A produtora executiva descreveu o momento como uma “Cena de Ódio”. Em suas próprias palavras: “Aquilo não foi uma cena romântica, foi uma cena de ódio. Quando ele a empurra contra as persianas? Uh! Ele a detesta. Ele a detesta”.

8 – IMPROVISO

Rutger Hauer, com seu estilo criativo, não hesitou em se deixar levar pela espontaneidade ao explorar a humanidade de seu personagem. Isso aconteceu em vários momentos de “Blade Runner”, mas o mais memorável é, sem dúvida, o monólogo final, que não fazia parte do script original e foi alterado por Hauer: “Todos aqueles momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva”.

9 – SIM OU NÃO?

“Deckard” é um replicante? Ridley Scott diz que sim, Harrison Ford diz que não. E agora, em que ficamos? A resposta é: sim e não! No final das contas, fica a critério de cada um tirar suas próprias conclusões sobre o significado e a natureza dos eventos que cercam “Blade Runner”.

10 – O DIRETOR RIDLEY SCOTT DEU TRABALHO PARA OS ATORES E O ESTÚDIO

Ridley Scott esteve no centro de muitas controvérsias, não apenas com os atores e a equipe de filmagem, mas também com os próprios produtores do filme. A personalidade pouco amigável de Scott e as restrições na filmagem criaram uma barreira de comunicação entre o diretor e sua equipe.

A obsessão de Scott pela perfeição visual forçou toda a equipe a gravar em condições difíceis, até que ele ficasse satisfeito com o material. Scott entrou em conflito com a equipe de filmagem americana quando, em uma entrevista ao “UK Paper”, revelou sua preferência por trabalhar com uma equipe britânica.

O perfeccionismo excessivo de Scott fez com que o orçamento do filme estourasse em 10%, o que levou o estúdio a assumir o controle criativo e dispensar Scott e seu assistente Michael Deeley. Mais tarde, os dois produtores seriam recontratados para supervisionar a pós-produção, mas sem qualquer poder sobre a cinematografia final da obra futurista.

CONCLUSÃO

“Blade Runner” se firmou como um marco no cinema de ficção científica, transcendendo gerações com sua narrativa complexa, temas profundos e estética visual inovadora. O filme não só influenciou uma infinidade de produções subsequentes, mas também estimulou debates filosóficos sobre a natureza da humanidade, a inteligência artificial e os limites da tecnologia.

Sua abordagem sombria e futurista, aliada à trilha sonora icônica de Vangelis, criou um ambiente imersivo que até hoje é reverenciado. A relação entre o homem e a máquina, a identidade e a memória, são questões que continuam a ressoar com o público moderno.

“Blade Runner” não é apenas um filme, mas uma reflexão contínua sobre o futuro e as escolhas que fazemos no presente, fazendo dele um clássico atemporal que merece ser estudado e relembrado por décadas futuras.

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