O filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), dirigido por Peter Weir e estrelado por Robin Williams, tornou-se um clássico do cinema ao abordar temas como liberdade, conformismo e o poder transformador da poesia. Ambientado na década de 1950 em uma escola tradicional e rígida, a trama segue a chegada do carismático professor John Keating, que inspira seus alunos a pensar de forma independente e a viver intensamente por meio do lema “Carpe Diem” (Aproveite o dia).
Com um enredo que mistura drama e reflexão, o longa explora a busca pelo sentido da vida em meio às pressões sociais e expectativas familiares. Além de cenas memoráveis e diálogos marcantes, o filme é repleto de detalhes que merecem ser descobertos. Nesta lista de curiosidades, vamos explorar algumas das histórias e simbolismos por trás de “A Sociedade dos Poetas Mortos”, revelando segredos e inspirações que enriqueceram a criação dessa obra icônica.
1 – GRAVADO EM ORDEM CRONOLÓGICA
O diretor Peter Weir acreditava que, para retratar de forma autêntica o desenvolvimento das relações entre os alunos e o crescente respeito e admiração deles pelo professor John Keating, era essencial que as cenas fossem filmadas em ordem cronológica. E foi exatamente dessa forma que ele conduziu as gravações.
2 – PROFESSOR QUE SEMPRE SONHOU EM TER
O ator Robin Williams aceitou o papel de John Keating principalmente porque o personagem representava o tipo de professor que ele sempre desejou ter durante sua vida.
Ele e seu personagem foram satirizados na série animada Os Simpsons, onde foi mostrado como um professor de literatura maníaco e responsável por destruir uma geração de educadores.
3 – LAÇOS GENUÍNOS
Peter Weir foi fundamental para criar o clima de camaradagem tanto no filme quanto nos bastidores. O diretor tomou a decisão de colocar todos os jovens atores no mesmo quarto para incentivar o desenvolvimento de amizades e laços genuínos.
Além disso, Weir deu grande liberdade criativa a Robin Williams, referindo-se a ele como “Robin Keating” durante as filmagens para ajudar o ator a se conectar ainda mais com o personagem. Em alguns momentos, ele também permitiu que Williams improvisasse, aproveitando um dos maiores talentos do artista.
4 – IMERSÃO AOS ANOS 50
O diretor Peter Weir proporcionou aos jovens atores uma imersão autêntica nos anos 50. Ele entregou a eles livros que descreviam a vida dos adolescentes daquela época, abordando o que eles costumavam ver, ouvir e vivenciar, ajudando os atores a se conectarem com o contexto da história.
5 – ROBIN WILLIAMS QUASE NÃO FOI O PROFESSOR JOHN KEATING
É difícil imaginar outro ator como John Keating além de Robin Williams, mas isso quase aconteceu. Inicialmente, o diretor Jeff Kanew, que estava à frente do projeto, queria Liam Neeson para o papel do professor.
Quando Peter Weir assumiu a direção, ele preferiu escalar Williams. Outro nome considerado foi o de Dustin Hoffman, que, além de atuar, faria sua estreia como diretor com o filme, mas ele decidiu abandonar o projeto. Bill Murray também foi cotado para o papel, mas acabou ficando de fora da disputa.
6 – EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DO DIRETOR E DO ROTEIRISTA
Muitas das cenas do filme foram inspiradas pelas experiências pessoais do diretor Peter Weir e do roteirista Tom Schulman. O roteiro de Schulman foi baseado em sua própria vivência na Montgomery Bell Academy, uma escola preparatória para meninos em Nashville, EUA, e na influência de seu professor, Samuel F. Pickering Jr.
Na época, alguns de seus antigos colegas chegaram a ligar para Schulman, curiosos para saber se haviam sido retratados na história. Peter Weir, por sua vez, também frequentou uma escola preparatória para meninos, o Scots College, na Austrália, e trouxe para o filme detalhes dos uniformes, disciplinas e ambiente escolar que ele lembrava de seus dias como estudante.
7 – O LONGA FOI USADO EM SEMINÁRIOS
O filme é frequentemente utilizado em seminários para ilustrar a experiência dos membros de fraternidades, devido às várias semelhanças entre a narrativa e a vida real. Isso destaca a longa tradição dessas organizações nas universidades americanas, que já perdura há mais de dois séculos.
8 – FRASE ICÔNICA
A frase “Carpe Diem. Aproveite o dia, meninos. Façam suas vidas extraordinárias” foi classificada como a 95ª entre as 100 citações mais icônicas do cinema, de acordo com o American Film Institute.
Curiosamente, Robin Williams também a repetiu no filme “Uma Babá Quase Perfeita” (1993).
9 – NEVE ARTIFICIAL
A ideia original era filmar o longa em Berry College, na Geórgia, mas o alto custo de criar neve artificial forçou a mudança para Delaware. Assim, a produção foi totalmente realizada na escola privada St. Andrews, em Delaware, nos Estados Unidos.
10 – VÁRIOS PRÊMIOS
O filme conquistou prêmios como: Oscar de melhor Roteiro Original e recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro nas categorias: Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator – Drama (Robin Williams) e Melhor Roteiro. Levou o BAFTA de melhor filme e trilha sonora tudo isso em 1990.
11 – ORÇAMENTO E BILHETERIA
O orçamento foi estimado em US$ 16.4 milhões e arrecadou US$ 96 milhões dentro de casa, na época, e US$ 235 milhões ao redor do mundo.
12 – SUCESSO ENORME
O filme alcançou a 10ª maior bilheteria do ano nos Estados Unidos e a quinta maior bilheteria global, superando grandes sucessos da Disney como “Querida, Encolhi as Crianças” (1989) e “A Pequena Sereia” (1989). Além disso, foi o primeiro longa da Touchstone Pictures a ser indicado ao prêmio do Oscar de Melhor Filme.
“A Sociedade dos Poetas Mortos” é um filme repleto de nuances e histórias fascinantes que vão além da tela. O impacto duradouro do filme é evidente em sua influência sobre a representação de fraternidades e a continuidade de suas citações memoráveis.
O esforço da equipe de produção para capturar a essência da época e a abordagem inovadora de Peter Weir e Tom Schulman são testemunhos do comprometimento com a qualidade e a relevância cultural. Assim, “A Sociedade dos Poetas Mortos” não é apenas uma obra-prima cinematográfica, mas também um reflexo poderoso da importância de seguir os próprios sonhos e valorizar a autenticidade em um mundo muitas vezes conformista.