“Indiana Jones e o Templo da Perdição” (1984) é o segundo filme da icônica franquia estrelada por Harrison Ford e dirigido por Steven Spielberg. Embora seja uma sequência de Os Caçadores da Arca Perdida (1981), cronologicamente, a história acontece antes do primeiro filme. Conhecido por seu tom mais sombrio e cenas de ação intensas, o longa se destacou tanto pelo seu sucesso nas bilheterias quanto pelas controvérsias que gerou, influenciando a criação da classificação etária PG-13 nos Estados Unidos.
Com ambientação exótica na Índia, o filme mistura misticismo, aventura e perigos sobrenaturais, trazendo momentos marcantes como o jantar com pratos exóticos e a sequência na mina cheia de armadilhas.
Além disso, “O Templo da Perdição” apresenta personagens memoráveis como o carismático garoto Short Round e a irreverente Willie Scott. Esta produção se consolidou como um marco no cinema de aventura, sendo lembrada por suas cenas icônicas e ousadia narrativa.
1 – A HISTÓRIA SE PASSA ANTES DO PRIMEIRO FILME
Embora “Indiana Jones e o Templo da Perdição” seja o segundo filme da série, a história se desenrola um ano antes dos eventos de Os Caçadores da Arca Perdida. Essa decisão foi tomada pelo roteirista George Lucas, que desejava evitar repetir os nazistas como antagonistas. Assim, a solução encontrada foi situar a nova aventura no ano de 1935, abrindo espaço para novos vilões e uma trama distinta.
2 – CENA DESCARTADA
Originalmente, a abertura do filme seria uma cena de perseguição de Indiana Jones na Muralha da China, onde ele fugiria dos vilões em uma moto. No entanto, o governo chinês negou a permissão para as filmagens, forçando a equipe a abandonar essa ideia. Em vez disso, optaram por ambientar a sequência inicial em um bar em Xangai. Essa cena foi inspirada em um momento originalmente planejado para o primeiro filme, que também havia sido cortado.
A cena descartada mostraria Indy e Marion se protegendo dos tiros atrás de um gongo de ferro. Com isso em mente, eles adaptaram o cenário do bar para incluir o gongo nessa nova abertura.
3 – REFERÊNCIAS A STAR WARS
As referências de “Star Wars” na franquia Indiana Jones são bem frequentes, mas essa aqui passa despercebida por muitos fãs. O bar da sequência de abertura se chama “Club Obi Wan”, em homenagem ao general Obi Wan Kenobi, mestre dos Skywalker nos cinemas.
4 – NOME DE UM CACHORRO
Uma curiosidade interessante da franquia é que o nome Indiana, usado pelo protagonista, foi inspirado no cachorro de George Lucas, um Malamute-do-Alasca. Esse cão não apenas deu origem ao apelido de Indiana Jones, como também serviu de inspiração para outro personagem icônico criado por Lucas: Chewbacca, de “Star Wars”.
A influência dos cães foi além na franquia. Dois personagens de O Templo da Perdição também receberam nomes inspirados nos pets da equipe criativa. A cantora Willie foi batizada em homenagem à “Cocker Spaniel” de Steven Spielberg. Já o jovem Short Round ganhou seu nome a partir do cachorro do roteirista Willard Huyck, que havia sido nomeado em referência a um personagem do filme “Capacete de Aço” (1951).
5 – AMOR NA VIDA REAL
Kate Capshaw, que interpretou Willie, não gostava de sua personagem, descrevendo-a como uma loira barulhenta e superficial. Da mesma forma, Spielberg já admitiu que “Indiana Jones e o Templo da Perdição” não é seu filme favorito da franquia, considerando-o mais sombrio em comparação aos outros. No entanto, o filme tem um valor especial para ele, pois foi onde conheceu Kate, com quem se casou em 1991.
Curiosamente, em “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008), estava planejada uma piada em que o Dr. Jones mencionaria que Willie se casou com um diretor de cinema, uma referência a Spielberg, mas a ideia foi cortada.
6 – UM PERSONAGEM NÃO FALAVA INGLÊS
O xamã do vilarejo onde Indy e seus amigos chegam na Índia foi interpretado por D.R. Nanayakkara, um ator que, apesar de sua expressiva atuação, não falava inglês. Para contornar essa dificuldade, Steven Spielberg ficou por trás das câmeras guiando o ator, repetindo as falas e gesticulando para que ele as imitasse. É por isso que o personagem fala de forma tão pausada; as pausas eram momentos em que Nanayakkara esperava Spielberg indicar o que deveria dizer em seguida.
7 – ESTREIA NOS CINEMAS
“O Templo da Perdição” marcou a estreia de Ke Huy Quan, que interpretou Short Round e mais tarde se tornou o Dado em “Os Goonies”. Curiosamente, ele não foi às audições para fazer um teste, mas para acompanhar seu irmão, que estava concorrendo ao papel. Durante o processo, Quan dava tantas instruções ao irmão que acabou chamando a atenção de Spielberg.
O diretor então pediu que ele improvisasse a cena em que Short Round discute com Indy após flagrá-lo trapaceando no carteado. O desempenho de Quan impressionou tanto que ele foi escolhido entre seis mil crianças.
8 – GRITARIA
Willie é amplamente considerada uma das personagens mais irritantes da franquia, se não a mais irritante. Ela foi criada para ser a típica mocinha em perigo: ingênua, bonita e escandalosa. Isso fica evidente na quantidade de vezes que ela grita ao longo do filme – um total de 71 gritos em cerca de 2 horas.
Curiosamente, Kate Capshaw não sabia como dar um grito “cinematográfico”, então precisou fazer aulas específicas para aprender a gritar de forma convincente durante as gravações.
9 – O PERSONAGEM ROBUSTO
O ator alemão Pat Roach desempenha quatro papéis ao longo da franquia Indiana Jones. Em “Caçadores da Arca Perdida”, ele é um soldado barbudo que se enfrenta com Indy em um bar em chamas. Mais tarde, ele aparece como um soldado alemão corpulento e careca, que se envolve em uma briga com Indiana Jones no aeroporto nazista no Cairo e acaba sendo cortado por uma hélice.
Em “O Templo da Perdição”, Roach interpreta o homem que toca o gongo no Club Obi Wan e o guarda que briga com Indy no Templo da Perdição, morrendo esmagado. A ideia era que ele aparecesse em todos os filmes da franquia como um personagem robusto que encontrava a morte nas mãos de Indy. No entanto, sua participação foi cortada do terceiro filme e ele faleceu antes do quarto filme ser produzido.
10 – A CENA DOS CARRINHOS
Uma das cenas mais memoráveis do filme é a perseguição nos carrinhos de mineração. Além de ser tecnicamente impressionante, essa sequência se tornou um símbolo do longa por capturar perfeitamente o tom sujo e sombrio da aventura.
Curiosamente, assim como a cena do gongo, essa perseguição havia sido originalmente planejada para o primeiro filme, mas acabou sendo descartada. Com a sequência confirmada, Lucas e Spielberg decidiram finalmente incluí-la – e felizmente o fizeram!
“Indiana Jones e o Templo da Perdição” é uma produção que, apesar de suas controvérsias e desafios, se consolidou como um clássico no gênero de aventura. A trama, repleta de mistério e ação, foi marcada por decisões criativas únicas e desafios de produção, desde a mudança de cenário devido a restrições governamentais até a improvisação de cenas icônicas.
Embora Spielberg tenha expressado reservas quanto ao tom sombrio da sequência, a obra é memorável por suas cenas marcantes e pela introdução de elementos inesquecíveis que continuam a fascinar os fãs. Em última análise, “Indiana Jones e o Templo da Perdição” é uma peça essencial da franquia Indiana Jones, oferecendo uma experiência cinematográfica rica e cheia de aventuras emocionantes.